A síndrome do coração partido




Quando o coração se parte e sangra sem medidas...


Há algum tempo atrás, uma mulher de 44 anos foi internada às

pressas no Massachusetts General Hospital, EUA, com fortes dores no peito

que se estendiam sobre o braço esquerdo. Falta de ar. Taquicardia. Sinais

claros de um ataque cardíaco.

Os exames foram realizados e nada havia em seu coração que insistia em

doer. Soube-se então, que ela estava bem durante toda a manhã daquele dia,

até que recebeu a notícia de que seu filho de 17 anos havia cometido suicídio.


Amor pode matar? Pode. Pode quando a dor é tão grande que afeta o músculo

que abriga nossas emoções. 

A ferida emocional provocada pela perda de um ente amado, por um

amor não correspondido, por um amor desaparecido, ou machucado

até às nossas entranhas, pode ser tão forte, que nos faz perder o

fôlego, a força, a coragem, a vida. 

Não há dor maior que se possa causar a um ser humano do que a dor

do coração partido.

Ficamos imobilizados, nos arrastamos com dor pelos cômodos da

casa. Trabalhamos sem vontade, e quando comemos, é sem apetite,

pois o alimento perde o gosto, o cheiro a cor. As lágrimas nos

impedem de enxergar, e no entanto a vida insiste em nos acordar pela

manhã, quando tudo o que queremos é dormir pra sempre.

A dor do coração partido sufoca, nos tira o ar, o equilíbrio, e embora

estejamos sós, não somos livres, pois a liberdade foi esmagada por

uma rocha pesada de dor e sofrimento. Solidão... Ficamos presos às

lembranças do amor que se foi, que partiu e nos deixou partido, do

amor que ficou faltando deixando um vazio infinito no coração, que se

alimenta apenas de uma dor incomensurável.

A dor do coração partido, se transforma numa síndrome que afeta o

corpo, o pensamento, os espírito, a alma.


O prazer do amor dura só um instante, a dor de amor dura a vida inteira" ("Plaisir d'amour ne dure qu'un moment, chagrin d'amour dure toute la vie") 

Jean-Pierre Claris de Fl"orian



Parece que jamais voltaremos a respirar como antes, pois a

lembrança do estado de equilíbrio e harmonia é perdida em meio aos

cacos do coração partido.

Lágrimas. Solidão. Tristeza. Angústia. Medo. Desespero. Dor.

Parece que nada mais há ser feito, e a sensação é a de estar caindo

indefinidamente no abismo do sofrimento extremo.

Mas precisamos viver. Precisamos sobreviver a esse momento, que

embora jamais será esquecido, deve ao menos ser diminuído e a

ferida cicatrizada  pela passagem do tempo.

Como fazer? Que caminho tomar para nos livrar de tamanha dor?

O caminho não é fácil. Pode ser lento, mas  há alguns passos a se dar

nesse caminho da cura da síndrome do coração partido.

Aceitar o fato de que não estamos bem e de que algo precisa ser

pensado no primeiro momento,  é  importante como o primeiro passo

para o nosso bem estar.


Aceitar a perda e compreender que é necessário aprender a viver com

essa realidade.

A dor pode fazer parte da gente, mas não pode ser maior do que a

gente. Um dia ela irá passar, e nós ficaremos.. Melhores e mais fortes.

Ser resiliente é uma condição humana para a sobrevivência.

Então, um dia pela manhã, iremos acordar e perceber que estamos

respirando sem dor. E que de repente, o sol parece ser mais brilhante.

Os ruídos da rua parecem nos despertar para a nova realidade que

passa a ser notada depois de tanto tempo. Um sorriso. Um suspiro.

Um brilho novo no olhar.

Como diz um desconhecido poeta: : “O bom de ter o coração partido é

que você distribui os pedaços por aí.”

É a eterna resiliência da vida. 


Claro, que eu não podia deixar os Florais de Bach de lado, pois estes

são a ferramenta principal para o caminho do equilíbrio entre o corpo,

a mente e  alma. Nos traz a harmonia, preenchendo de luz o lugar em

que a escuridão da dor nos consome.

 

Clematis - quando nos abstraímos do presente e ficamos distraídos

desejando apenas estar novamente nos braços do ser amado. Este

floral nos traz a atenção para a vida nos interessando pelo mundo ao

nosso redor. Nos faz mais realistas.

Chicory  - quando o ciúme e o sentimento de posse nos dominam,

aprisionando nossa alma. Este floral nos ajuda a vivenciar o

verdadeiro amor, que nos liberta e não impõe condições.

 

 Gorse -  para quando a tristeza é tão profunda, que nos faz perder a

vontade de viver. Ele nos traz a fé necessária para enfrentarmos a dor

e seguirmos adiante na vida.


Holly -  para quando a raiva e o ciúme nos maltrata. Ele nos ajuda a

perdoar nos trazendo a paz e o Amor Universal, que nos liberta de

sentimentos tão difíceis.

Mustard -  para aquela tristeza silenciosa que nos toca

profundamente, fazendo-nos perder o interesse pelas coisas do dia-a-

dia, como se fosse uma nuvem cinza que encobre um dia de sol. Ele

nos traz a alegria de viver e o interesse pela vida novamente.

Star of Bethlehem - para o trauma que nos paralisa. Esse floral nos

traz o alívio para as penas da alma.

Sweet Chestnut - para o desespero e angústia. Nos traz o conforto à

alma.

Wild Rose - para aquela apatia e total falta de interesse pela vida. Ele

nos traz a vontade de viver com amor, pelo amor e para o amor.

Alegria.

Willow -  pode ajudar a curar a mágoa, o ressentimento, nos ajudando

a perdoar e nos liberar desses sentimentos que tantos nos machucam.

White Chestnut - quando os pensamentos são obsessivos. Ele nos

traz a paz mental, para que possamos desfrutar da vida com harmonia

e presença de espírito.

Essas são algumas dicas de florais de Bach que poderão nos ajudar,

lembrando sempre que para fazer uma boa combinação, deve-se ter

no máximo 6 essências.

Na Cromoterapia, nada como uma luz Rosa aplicada em toda a

extensão do corpo mas principalmente na região do coração. A luz

Rosa é a luz que junta os pedaços do coração partido, recuperando a

vontade de viver e nos faz sentir amados.


Enfim, meu querido amigo leitor, hoje o nosso assunto do dia foi esse.

Espero tê-lo ajudado, e se gostou, por favor, leve aos seus queridos,

que talvez estejam sofrendo. 

Sou grata!

Florais pra você!

Sandra Baptista

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